Combate à discriminação racial: um desafio diário e coletivo

Combate à discriminação racial: um desafio diário e coletivo

A discriminação racial corresponde a toda distinção, exclusão ou preferência baseada em cor, raça, etnia ou descendência. É comum pensar que a discriminação é sempre explicíta e que em um país miscigenado, como no caso do Brasil, seja rara de ocorrer. Entretanto, a realidade demonstra constantemente e diariamente o contrário: os discursos e práticas discriminatórias permanecem de forma sútil e, até mesmo, naturalizada.

Expressões enraizadas com viés racista, o desprezo de costumes, hábitos e tradições culturais, ofensas verbais, inferiorização de uma etnia, recusar prestar um serviço ou receber atendimento por pessoas de diferentes etnias, e, apelidar alguém devido elementos de cor são alguns dos modos que a discriminação se faz presente.

Contradições

Segundo pesquisa do Instituto Locomotiva, realizada no primeiro semestre de 2021, 84% dos entrevistados consideram o Brasil como um país preconceituoso em relação às pessoas negras. Contudo, apenas 4% se considera uma pessoa preconceituosa.

O estudo mostra que a população confirma a existência do racismo e a realidade desigual entre as pessoas brancas e negras. Mas dificilmente se reconhece como um dos atores sociais que perpetuam esse processo de segregação racial. “O Brasileiro não evita, mas tem vergonha de ter preconceito'' (Fernandez, 1995).

Como combater?

Neste ano, a primeira legislação contra o racismo no Brasil completa 71 anos. Refere-se a lei nº 1390 proposta por Afonso Arinos, a qual inclui entre as contravenções penais a prática de atos resultantes de preconceitos de raça.
Além da lei de Afonso Arino, a lei nº 7716 de 1989 também define os crimes de preconceito racial. Apesar das medidas, a luta contra a discriminação ainda permanece caminhando em passos lentos. Por isso, é importante que todos os indivíduos repensem suas atitudes e não somente sejam contra o preconceito, mas também promovam a conscientização, busquem ouvir pessoas negras, principais vítimas desse processo e procurem conhecer e respeitar a diversidade étnica presente no país.

Em caso de discriminação racial, Disque 100 (canal federal de Direitos Humanos).

Escrito pela voluntária Rayane Barros, estudante do ensino médio e voluntária FCG

A sua doação pode salvar muitas vidas

A sua doação pode salvar muitas vidas

Dia 14 de junho foi estabelecido pela Organização Mundial da Saúde como o Dia Mundial do Doador de Sangue. O objetivo da data é homenagear todos os doadores de sangue por suas contribuições e conscientizar sobre a importância desse ato. A ideia é incentivar o aumento de adesões, em vista da crescente necessidade de sangue e hemocomponentes em bancos especializados na coleta e armazenamento.

O estoque em hemocentros é um fator fundamental na atenção à saúde, visto que o sangue e os hemocomponentes são essenciais para a realização de procedimentos e intervenções médicas urgentes e também para o tratamento de diversas doenças.

O processo de doação é seguro e não há riscos de contaminação, já que todos os materiais utilizados para a realização da coleta são descartáveis e de uso único. Além disso, a quantidade de sangue retirada não é prejudicial à saúde do doador, uma vez que são coletados até 450 mililitros e uma pessoa adulta possui cerca de cinco litros de sangue, ocorrendo rápida recuperação após a doação.

Para doar, basta procurar uma unidade de coleta de sangue e atender a determinados requisitos:
- Ter entre 16 e 69 anos e pesar mais de 50kg;
- Apresentar um documento com foto, válido em todo o território nacional;
- Estar alimentado, evitando alimentos gordurosos nas 3 horas que antecedem a doação. Se for doar após o almoço, deverá aguardar 2 horas;
- Ter dormido pelo menos 6 horas nas últimas 24 horas;
- Pessoas entre 60 e 69 anos de idade só poderão doar sangue se já o tiverem feito antes dos 60 anos;
- Homens podem realizar até 4 doações por ano, com intervalo mínimo de dois meses entre uma e outra. E mulheres podem realizar até três doações anuais, com intervalo mínimo de três meses.

Para obter mais informações sobre procedimentos, requisitos e impeditivos de doação, entre em contato com o banco de sangue que deseja realizar a doação.

Ajude a salvar vidas! Apenas uma doação pode atender até quatro pessoas. E, caso não possa doar, incentive outras pessoas.

Autoria:
Andressa Magalhães da Silva, 24 anos, formada em Biomedicina e voluntária FCG.

Fonte:
https://www.gov.br/saude/pt-br/composicao/saes/sangue
https://bvsms.saude.gov.br/doacao-de-sangue

Dia Mundial da Diversidade Cultural

Dia Mundial da Diversidade Cultural

Hoje, 21 de maio, é comemorado uma das maiores riquezas existentes na humanidade: a Diversidade Cultural. Trata-se de uma data instituída em 2002 pela Assembleia Geral das Nações Unidas de modo oficial e mundial. Seu propósito é ressaltar a importância do respeito e compreensão da preservação da heterogeneidade cultural para o diálogo e o desenvolvimento social.

Juntamente com o 16º objetivo da ONU, o qual propõe a paz, justiça e instituições eficazes; a comemoração evidencia os aspectos intelectuais, religiosos, econômicos e criativos presentes por diferentes grupos sociais e étnicos. Desse modo, a troca de conhecimentos diante das diferenças e individualidades, transforma a diversidade em agente de inclusão.

Segundo o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, a cultura é a flor do ser humano, sendo o fruto de sua mente, produto de suas tradições e expressão de seus anseios. Diante desta citação de Guterres, compreende-se que a diversidade auxilia tanto no desenvolvimento do patrimônio material e intelectual-cognitivo, como também no emocional. É ela quem proporciona uma mudança positiva e eficaz no enfrentamento de inúmeras problemáticas. Por isso, é essencial usar a diversidade cultural como ferramenta de auxílio à superação do “novo normal”, vivenciado na atualidade devido a pandemia do covid-19. Somente com o exercício da reflexão sobre a empatia e as conexões de diferentes crenças e saberes, será possível avançar no caminho de uma sociedade mais pacífica e justa à todos.

Fonte:
https://brasil.un.org/pt-br/127282-21-de-maio-dia-mundial-da-diversidade-cultural-para-o-dialogo-e-o-desenvolvimento
https://www.florence.edu.br/2021/05/21/21-de-maio-dia-mundial-da-diversidade-cultural-para-o-dialogo-e-o-desenvolvimento/#:~:text=Gradua%C3%A7%C3%A3o%20%7C%2021%2F05%2F2021&text=A%20data%20surgiu%20ap%C3%B3s%20a,sustent%C3%A1vel%20e%20coexist%C3%AAncia%20pac%C3%ADfica%20mundial%E2%80%9D

Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual Infantil

Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual Infantil

O Dia Nacional de Combate ao Abuso Sexual e a Exploração Sexual contra Crianças e Adolescentes é um tema em voga, por ser um sério problema silencioso que nos atinge.

Essa data foi estabelecida através do projeto de lei 9970/00, inspirada pelo caso do bárbaro crime que vitimou a menina Araceli Cabrera Sánchez Crespo, de oito anos, que foi morta após ser drogada e estuprada no dia 18/05/1973, no Espírito Santo. Seu corpo ainda foi encontrado desfigurado pela utilização de ácido pelo seu algoz, seis dias depois do desaparecimento.

O caso é movido por mistérios, com mortes de testemunhas e os acusados pelo Ministério Público como autores, sendo integrantes de uma família tradicional capixaba que, porventura, foram absolvidos após anulação da sentença condenatória pelo Tribunal de Justiça do Espírito Santo.
Portanto, sendo mais um caso bárbaro não solucionado que entra para a triste estatística do país.

Ressalta-se que essa data deve ser marcada por mobilizações de conscientização para identificação de crianças e adolescentes que estejam sofrendo abuso sexual, violência essa de difícil diagnóstico, uma vez que pode ocorrer até mesmo no âmbito familiar.

Soma-se a isso o fato que o Brasil possui um número alarmante de casos dessa natureza, de acordo com o Panorama da Violência Letal e Sexual contra Crianças e Adolescentes no Brasil, constata-se que somente nos anos de 2017 a 2020, foram registrados 179.277 casos com vítimas de até 19 anos.

Sendo assim, é a oportunidade de observarmos com mais atenção as nossas crianças e caso haja a suspeita da ocorrência de algum abuso deve-se, imediatamente, procurar as autoridades competentes, para que os autores sejam punidos e as vítimas acolhidas.

Autoria:
Lucas Manoel Paz dos Santos, 27 anos, formado em Gestão Pública, estudante de Direito e Administração Pública, servidor público do TJ-SP e voluntário da FCG.

Bibliografia:
https://g1.globo.com/espirito-santo/noticia/caso-araceli-completa-44-anos-e-misterio-sobre-a-morte-permanece-no-es.ghtml

https://blog.mds.gov.br/redesuas/18-de-maio-dia-nacional-de-combate-ao-abuso-e-a-exploracao-sexual-contra-criancas-e-adolescentes/

https://www.unicef.org/brazil/comunicados-de-imprensa/nos-ultimos-cinco-anos-35-mil-criancas-e-adolescentes-foram-mortos-de-forma-violenta-no-brasil#:~:text=Bras%C3%ADlia%2C%2022%20de%20outubro%20de,de%2045%20mil%20por%20ano.

Desarme-se, a morte não é brincadeira!

Desarme-se, a morte não é brincadeira!

Hoje, 15 de abril, é marcado pelo Dia do Desarmamento Infantil. Data essa, criada em 2001, sendo ela muito importante para debater e colocar em pauta o futuro de nossas crianças.

Nota-se que atualmente o número de armas de fogo em circulação no país aumentou. No ano de 2021, o número de CACs (Colecionadores, atiradores desportivos e caçadores) dobrou, chegando a 61,3 milhões de unidades contra 28,5 milhões em 2020, de acordo com o Jornal Folha de São Paulo, consequência direta da atuação governamental para impor as flexibilizações das regras para aquisições de armamentos.

Devido ao avanço armamentista, é fundamental blindar as crianças desse cenário, evitando, principalmente, os incentivos ao uso de armas de fogo de brinquedo na infância, que pode influenciar na naturalização da violência por ela, ainda mais pelo grande número de armas que estão circulando no Brasil, crescendo assim, vertiginosamente, as chances de ocorrerem acidentes com elas.

Portanto, nesse dia, é a hora de enfatizar o debate acerca do combate ao desarmamento infantil, medida essa que contribuirá para contrariar a lógica momentaneamente imposta, para formação de adultos melhores e menos violentos. Que essa data seja utilizada para aprimoramento do debate familiar acerca do tema.

Autoria:
Lucas Manoel Paz dos Santos, 27 anos, formado em Gestão Pública, estudante de Direito e Administração Pública, servidor público do TJ-SP e voluntário do FCG.

Fonte:
https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2022/03/embalada-por-decretos-de-bolsonaro-venda-de-municoes-para-cacs-dobra-em-2021.shtml

https://radios.ebc.com.br/tarde-nacional/2021/04/1504-e-celebrado-o-dia-do-desarmamento-infantil

Dia Mundial da Arte: Entenda mais sobre o elo existente entre manifestações artísticas nas ruas, em telas Canvas e em simples desenhos em panos de prato

Dia Mundial da Arte: Entenda mais sobre o elo existente entre manifestações artísticas nas ruas, em telas Canvas e em simples desenhos em panos de prato

Pouco tempo atrás, no alto do Planalto Tibetano, um lugar vasto e elevado localizado na Ásia Oriental, marcas de mãos e pés foram encontradas em uma pedra, acusando um possível registro artístico neste local, que talvez tenha ocorrido há mais de 226.000 (duzentos e vinte e seis mil) anos atrás.

Da mesma forma, há muito tempo antes de Cristo, diversas manifestações coloridas foram encontradas em rochas em diversos lugares do mundo, resultando no que mais tarde chamaríamos de artes rupestres, identificadas principalmente nos períodos Paleolítico (mais ou menos 40.000 a.C.) e Neolítico (cerca de 10.000 a 6.000 a.C.).

Assim como o descobrimento dessas manifestações artísticas marcou a nossa história, obras arquitetônicas de Niemeyer, a beleza da escultura de Vênus de Milo, pinturas de Anita Malfatti, Maria Auxiliadora e de tantos outros artistas são reconhecidas como verdadeiros tesouros da humanidade, e justamente visando fomentar e conscientizar a importância das artes no mundo que o Dia Mundial da Arte foi decretado pela Associação Internacional de Arte (IAA), sendo celebrado inicialmente em 2012 e a partir de então a cada 15 de abril, em homenagem ao aniversário do pintor Leonardo da Vinci, nascido em 1452 e conhecido mundialmente por obras como o quadro Mona Lisa.

Segundo a Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura, Unesco, a arte desempenha papel crucial no mundo, na difusão de conhecimento e promoção do diálogo, e por isso é importante que saibamos que todos os tipos de arte devem sempre ser explorados, compartilhados e celebrados por meio de atividades, debates, eventos culturais, exposições, espetáculos, etc.

Desta forma, devemos celebrar esse dia apreciando cada capítulo e forma de manifestação da arte em nossa evolução, da primeira à sétima categoria, mas acima de tudo, a data deve servir como um lembrete de que a cada parede pintada por Eduardo Kobra e a cada obra de Renata Felinto; que a cada tecido bordado pela microempreendedora brasileira e a cada grafite existente nos muros de São Paulo; que a cada letra escrita por mim e sílaba lida por você, em cada canto dessa Terra, uma forma diferente de arte é criada, impactando para sempre a nossa história.

Para finalizar, cito uma frase retirada do site da editora Paulus, do artista Claudio Pastro, um dos maiores nomes da arte sacra no Brasil e no mundo, que diz que “(...) há quem fale o português, o inglês, o chinês, mas arte é única, todos são capazes de compreender, ela se impõe”.

Texto escrito por Ruth Oliveira, brasileira, mulher, advogada, poetisa, amante da primeira à sétima arte.

Fontes:
https://www.istoedinheiro.com.br/maos-de-226-000-anos-podem-ser-a-arte-rupestre-mais-antiga-do-mundo/

https://www.paulus.com.br/portal/releases/claudio-pastro-artista-plastico-da-contemporaneidade-reconhecido-mundialmente-publica-livro-pela-paulus/#.YlY6sSjMLIU

https://ieg.ufsc.br/noticias/465

https://news.un.org/pt/story/2020/04/1710422

https://www.paulus.com.br/portal/dicas-de-leitura-dia-mundial-da-arte/#.YlY5nijMLIV

https://cultura.uol.com.br/noticias/1322_cultura-livre-comemora-o-dia-mundial-da-arte.html

https://www.cultura.sc.gov.br/noticias/22538-dia-mundial-da-arte-e-comemorado-em-15-de-abril

Entenda porquê o dia 24 de março deve ser marcado por luta, reflexão e pedidos de justiça

Entenda porquê o dia 24 de março deve ser marcado por luta, reflexão e pedidos de justiça

Se há violação ou injustiça, a busca pela verdade é um dever.

Hoje, 24 de março de 2022, O Dia Internacional para o Direito à Verdade para as Vítimas de Graves Violações dos Direitos Humanos, foi introduzido no calendário brasileiro, no ano de 2018, através da Lei n° 13.605/18.

O artigo 2° do referido diploma já deixa claro que essa data é marcada à reflexão coletiva acerca do conhecimento circunstanciado das ocasiões que tiverem ocorrido graves violações desses direitos.

O marco escolhido para reflexão acerca do tema é em homenagem ao Monsenhor Óscar Arnulfo Romero, que foi assassinado brutalmente após denunciar casos de violações dos direitos humanos em El Salvador no dia 24 de março de 1980.

No Brasil, o direito à verdade possui, de forma implícita, envergadura constitucional, uma vez que é tido como um direito fundamental decorrente dos princípios nela previstos, por exemplo, o princípio do Estado Democrático de Direito.

Já com os direitos humanos, a situação não é diferente. Possui ampla disposição constitucional, com especial atenção dada pelo constituinte, uma vez que o texto vigente é um marco democrático histórico, visto que foi promulgada após anos ditadura militar, marcada por graves violações, como assassinatos, torturas e perseguições políticas severas.

Mas, no país em que pese a avançada legislação nesse sentido, os resquícios autoritários se mantem, materializado pelas intervenções sanguinárias e violentas nas favelas do país. Lembre-se do massacre na comunidade de Paraisópolis que levou à morte de nove jovens no ano de 2019, enquanto estavam num baile funk.

Como se esquecer das crianças vítimas de bala perdida, principalmente no Rio de Janeiro? Segundo o site G1, foram 12 mortes só no ano de 2020, um número trágico que precisa ser lembrado nessa data, para que se renove o sentimento de busca por justiça e para que casos semelhantes nunca mais se repitam na nossa história.

Sendo assim, o dia 24 de março, deve ser utilizado para renovar e fortalecer àqueles que dedicaram as suas vidas por justiça, sendo o Monsenhor Óscar Arnulfo Romero, em El Salvador, sejam as vítimas aqui no nosso país. O dia é de lembrança, luta e reflexão para que casos como esses jamais aconteçam novamente. E os que já aconteceram devem ser desvendados e o direito a verdade deve prevalecer.

Autoria:
Lucas Manoel Paz dos Santos, 27 anos, formado em Gestão Pública, estudante de Direito e Administração Pública, servidor público do TJ-SP e voluntário FCG.

Bibliografia:
https://crppr.org.br/graves-violacoes-dh/

http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2018/lei/L13605.htm

https://news.un.org/pt/story/2021/03/1745492#:~:text=Esta%20quarta%2Dfeira%2C%2024%20de,e%20pela%20Dignidade%20das%20V%C3%ADtimas.

https://jus.com.br/artigos/14431/efetividade-do-direito-fundamental-a-verdade-e-o-principio-do-estado-de-direito

https://www.politize.com.br/direitos-humanos-no-brasil/#:~:text=OS%20DIREITOS%20HUMANOS%20S%C3%83O%20GARANTIDOS%20PELA%20NOSSA%20CONSTITUI%C3%87%C3%83O&text=J%C3%A1%20no%20artigo%205%C2%BA%20%C3%A9,sejam%20eles%20individuais%20ou%20coletivos.

https://g1.globo.com/sp/sao-paulo/noticia/2021/07/19/mp-denuncia-12-policiais-por-homicidio-de-nove-jovens-em-paraisopolis.ghtml

Institutos normativos contra a discriminação racial e a importância da aplicação da norma à realidade social

Institutos normativos contra a discriminação racial e a importância da aplicação da norma à realidade social

Ao longo da nossa história, diversas foram as manifestações em prol da conquista de direitos individuais e coletivos. Da mesma forma, numerosos foram os números de pessoas que, na luta por esses direitos, acabaram perdendo suas vidas em busca de melhores condições de existência e dignidade.

Justamente visando alcançar o direito de usufruir da liberdade de locomoção, que a história marca a morte de 69 (sessenta e nove) pessoas e a agressão de mais 186 (cento e oitenta e seis) pessoas em Sharpeville, província de Gautung, na África do Sul. Essas pessoas sofreram as mais diversas formas de violência e opressão em razão de terem saído às ruas dessa cidade no dia 21 de março de 1960, desarmadas e de forma pacífica, reivindicando a extinção da denominada “Lei do Passe”, que obrigava pessoas negras a portarem cartões de identificação contendo o registro dos locais por onde era permitido a circulação delas, tornando a data uma homenagem aos mortos, à luta contra o apartheid e um feriado importante na África do Sul.

Além disso, em 1966, a Organização das Nações Unidas (ONU) declarou a data como o “Dia Internacional contra a Discriminação Racial”, em forma de homenagem às vítimas do massacre. No Brasil, a data é celebrada no dia 03 de julho, desde 1951, data em que, inclusive, o Congresso Nacional aprovou a Lei 1.390 (Lei Afonso Arinos, proposta pelo político mineiro e jurista), sendo a primeira lei existente contra o racismo no Brasil, que previa como uma contravenção penal qualquer prática que resultasse de preconceito por raça ou cor da pele. A Lei foi alterada em 1985, pela Lei 7.437, que transformou as práticas de racismo em crime inafiançável, conforme também é previsto no inciso XLII, do artigo 5º da Constituição Federal de 1988.

Apesar de tantas datas configurarem marcos históricos e servirem como um lembrete diário da atrocidade que tantas pessoas negras sofreram e ainda sofrem, bem como apesar de termos normativos que visam assegurar a proteção aos seus direitos, a perseguição e a morte de pessoas negras só aumenta a cada dia.

Segundo o Atlas da Violência de 2021, a chance de uma pessoa negra ser assassinada no Brasil é de 2,6 vezes superior àquela de uma pessoa não preta, isso sem considerar, ainda, recortes de gênero e classe social, que agravam ainda mais as chances e estatísticas de mortes de pessoas em razão de sua cor de pele.

E tratando-se de violência, vale citar que, em razão da disparidade racial encontrada no país, vemos que a perversidade do preconceito racial se alastra no Brasil desde os primórdios da nação, com o genocídio de povos indígenas ainda tão perseguidos no século 21, e atualmente, com o COVID 19 e os conflitos internacionais, com o racismo recreativo contra descendentes de asiáticos, bolivianos e demais imigrantes.

Desta forma, concluímos que, apesar da grande importância da data, que deve sim ser entendida como uma oportunidade de debater e insistir em questões diretamente ligadas ao racismo estrutural existente em nossa sociedade em tantos níveis, ainda há muito o que se fazer para que os feriados, os debates e os normativos realmente sejam traduzidos e aplicados à realidade social, para que, assim, o mínimo de dignidade e oportunidade seja verdadeiramente conferido para as minorias, que, em verdade, são a maioria no Brasil e no mundo.

Autoria do texto:
Ruth Oliveira, mulher, brasileira, advogada e voluntária da FCG.

Fontes:
https://www.palmares.gov.br/?p=53647#:~:text=A%20Lei%20de%20Passe%2C%20de,forma%20de%20controle%20do%20Estado.

http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicaocompilado.htm

https://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/direitos_humanos/igualdade_racial/noticias/?p=259759

https://g1.globo.com/sp/sao-paulo/noticia/2021/08/31/negros-tem-mais-do-que-o-dobro-de-chance-de-serem-assassinados-no-brasil-diz-atlas-grupo-representa-77percent-das-vitimas-de-homicidio.ghtml

https://www.camara.leg.br/tv/176853-onu-instituiu-o-21-de-marco-como-dia-internacional-pela-eliminacao-da-discriminacao-racial/

https://www12.senado.leg.br/noticias/audios/2021/07/dia-nacional-de-combate-a-discriminacao-racial-sera-comemorado-neste-sabado

Livro Didático: como é o processo de criação até a chegada à livraria?

Livro Didático: como é o processo de criação até a chegada à livraria?

Hoje é dia de uma das ferramentas mais necessárias na educação: dia do livro didático! Sim, o companheiro que segue alunos e alunas durante muitos anos de suas vidas! Mas, nem sempre foi assim...

A necessidade de registrar o conhecimento e passar de geração em geração foi o que levou a humanidade a encontrar meios de fazer esses registros em pedras, tábuas, folhas de papiro, pergaminho e o codex.

No Brasil, as primeiras ideias de livro didático surgiram em 1929, com a criação do Instituto Nacional do Livro – INL. No entanto, foi somente em 1997 que se iniciou a produção e distribuição contínua e massiva de livros didáticos. E o que difere um livro didático dos demais livros, afinal?

Além de ser criado por um ou mais autores, uma equipe de consultores, colaboradores e pesquisadores auxiliam na produção desse conteúdo antes de ser revisado e impresso pelas editoras. A trajetória de um livro didático não para por aí, o livro deve ser inscrito no edital público e passar por uma comissão de professores universitários escolhidos pelo Ministério da Educação (MEC) para a verificação de possíveis erros conceituais, de redação e conteúdo.

Se aprovado ele passa a fazer parte do Guia do Livro Didático para que os professores selecionem os livros que julguem mais adequados para o projeto. Ao chegar nas mãos dos alunos e alunas, o livro didático é aquele que apoia o professor e professora ao expressar diferentes aspectos do conhecimento humano.

É um espaço para explicar, mas também para receber respostas daqueles que estão aprendendo algo, além de manter a autonomia dos professores para construir dinâmicas personalizadas.

Que o livro didático continue inspirando e possibilitando mais conhecimento de mundo aos mais de 40 milhões de estudantes e garantindo, juntamente com o trabalho realizado pelos docentes, o material didático necessário ao desenvolvimento do futuro da nação.

Escrito pela voluntária Camila Pascoal

Fonte de apoio: Meu Artigo (Brasil Escola)

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