Sobre a Depressão na Melhor Idade

Sobre a Depressão na Melhor Idade

O envelhecimento humano é um processo natural e a forma de lidar com essa nova fase se diferencia entre os idosos. Envelhecer de forma saudável implica não apenas a uma atenção maior aos cuidados na saúde física, mas também aos cuidados na saúde emocional. As alterações na rotina diária, como a diminuição da carga horária de trabalho, perda do contato frequente com os colegas de equipe, o afastamento da família, limitações físicas e quadros clínicos específicos, podem levá-los a reflexões profundas e questionamentos que exigem um tempo de adaptação e desenvolvimento de um novo olhar para essa nova realidade.

Uma vez que esses fatores não são investigados e não seja tomada uma iniciativa, o surgimento e desenvolvimento da depressão podem se fazer presentes. Nesse primeiro momento, pode ser considerado como “normal”, pelos familiares, eles ficarem mais quietos e isolados, comendo menos, mais apáticos e menos ativos.

O que cabe ressaltar aqui é que é normal passar por um período de transição, onde mudanças aconteceram e trazem uma certa diferença no comportamento. Entretanto, não está tudo bem se houver permanência dos sintomas citados (quietude, apatia, entre outros). Os sintomas permanentes não podem ser considerados como sendo alterações próprias do processo de envelhecimento e que, portanto, não requerem atenção e tratamento. A depressão é uma doença e precisa de ajuda especializada.

Segundo o Conselho Federal de Psicologia (2008), os idosos, como em todas as idades, precisam de uma rede de relações sociais para se sentirem amados, valorizados e cuidados. A velhice não encerra o ciclo vital, mas é um momento, em que ocorrem perdas e ganhos, sendo necessário um equilíbrio entre ambos. A interação social, atividade física e lazer são aspectos importantes para apoiar no equilíbrio biopsicossocial do idoso. Incentivá-lo a continuar ativo, livre para expressar os seus sentimentos, emoções, interesses e experiências, contribuem para o bem-estar deles.

Sabemos que uma vez que o quadro de depressão evolui, o tratamento leva tempo e requer paciência durante o processo. Por isso, o apoio, respeito e acolhimento se tornam fundamentais para que percebam que ainda podem ser felizes. Além disso, precisam ser incentivados a continuar cuidando do corpo, da mente, das amizades e realizando atividades que o mantenha ativo. Tudo isso aumentará a qualidade de vida e contribuirá para que se sintam como parte, (sendo o sentimento de pertencimento também muito importante), para que identifiquem a felicidade dentro de si e desenvolvam um novo sentido para essa nova realidade, por suas próprias realizações.

Texto escrito por Debora Arcaide, 33 anos, Psicóloga, Coach de Saúde e voluntária na FCG.

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