Valorização da diversidade para reduzir o preconceito e o racismo

Valorização da diversidade para reduzir o preconceito e o racismo

A violência policial não está restrita ao Hemisfério Norte. No Brasil, há muitos casos semelhantes ao de George Floyd, em que a ação da polícia resulta na morte de uma pessoa negra, seja adulta ou criança. Foi assim com Guilherme, João Pedro, Agatha e outros. (1)

A história brasileira mostra 400 anos de escravidão, ao longo dos quais a exclusão, a discriminação e o racismo determinaram as condições econômicas precárias, desumanas, acompanhadas pelo difícil acesso dos afrodescendentes à educação e ao digno convívio social de igualdade. (2)

O racismo, fruto dessa herança histórica do país inter-relacionando com a violência juvenil. Compreendendo que o racismo é uma herança histórica ainda perpetuada na sociedade atual, Chaves afirma (2013, p 3):

Como sociedade colonizada, os papéis foram atribuídos de maneira diferente para determinados grupos, as relações de poder na colônia estabeleceram critérios e normas em favor dos colonizadores na exploração da maioria negra. O racismo, como um desses mecanismos repressivos presentes na dinâmica colonial, ainda hoje sustenta a manutenção dos estereótipos sobre a população negra, gerenciando seus destinos.

“A discussão sobre a vida segura dos/das jovens e a valorização da diversidade encontraram muitas interfaces, posto que, no Brasil, é impossível falar sobre o primeiro tema, sem considerar que são justamente os grupos de jovens mais vulneráveis à violência e à violação do direito fundamental à vida que reivindicam a necessidade de reconhecimento de suas especificidades”. (DIOGENES, G; SÁ, L 2011)

É preciso valorizar e respeitar as diferenças para reduzir este problema.

A família não está ilesa dos problemas da sociedade, ela representa apenas uma parcela desse todo. Os educadores, os professores e a família são as mesmas pessoas que atuam no ambiente social, assim, as dificuldades presentes dentro e fora dela, se estendem em todo contexto social.
Uma pesquisa realizada em 2015 pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (FIPE) aponta que 99,3% dos entrevistados (de 18,5 mil), profissionais e alunos de escolas públicas de todo o país, demonstram algum tipo de preconceito.

Entre eles estão o preconceito ético-racial, de gênero, socioeconômico, de geração, orientação sexual, territorial e as pessoas com deficiência, sendo esse último o maior índice, 96,5%.

O preconceito e a intolerância não devem ser admitidos e, por isso, todo sistema social deve ter a preocupação com essa questão.

É preciso que se desenvolva uma cultura de valorização da diversidade para exercerem desde cedo a função social e que possibilite a compreensão das semelhanças entre os seres humanos e a diversidade existente em cada um deles.

Todos são semelhantes, mas todos nós somos únicos e por isso, temos as nossas diferenças. É preciso desenvolver um olhar empático, em todos os aspectos, do aluno aos colaboradores, entre os educadores e as famílias.

É importante que todos estejam envolvidos nessa ação, pois as crianças são observadoras e aprendem com os exemplos que lhes são transmitidos. A família e a escola são lugares propícios para desenvolver uma cultura de valorização a diversidade e é onde os conflitos podem ser resolvidos através da educação.

Fonte (1): https://jornal.usp.br/podcast/ciencia-usp-26-o-que-racismo-tem-a-ver-com-violencia-policial/
Fonte (2): https://jornal.usp.br/ciencias/qual-o-papel-dos-personagens-negros-nas-historias-em-quadrinhos-brasileiras/

Escrito por Ricardo Sconamiglio, CRP – 53430.0 - Psicólogo Clínico e Gerente do SASF (programa do pilar Social da FCG)

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