Dia Nacional do Livro

Dia Nacional do Livro

Neste Dia Nacional do Livro, queremos instigar seus olhos ao longo de um texto que não é livro, não é “post”, mas têm ótimas informações para moderar sua percepção sobre o hábito da leitura e para compreender os principais obstáculos da prática. De início, lançamos aqui uma pergunta para reflexão pessoal: “Quantos livros você lê por ano?”. Segundo dados da 5º edição da pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, desenvolvida pelo instituto Pró-Livro, o número de livros lidos por ano no Brasil em 2019 foi de apenas 5 livros por pessoa. O que pode levar a população a esta baixa adesão à leitura?

Em 2018, três em cada dez brasileiros tinham limitação para ler, interpretar textos, identificar ironia e fazer operações matemáticas em situações da vida cotidiana. Esses sinais, quando identificados em alguém, permitem considerar o indivíduo como analfabeto funcional. À época, as pessoas neste quadro representavam praticamente 30% da população entre 15 e 64 anos. Imagina-se que a falta de conhecimento sobre a condição e a dificuldade de acesso à cultura pelo agravamento da desigualdade social, também tenham sido fatores a piorar este cenário.

Um outro grande vilão pode ser o uso excessivo das redes sociais em associação ao problema citado anteriormente. O Indicador de Alfabetismo Funcional (Inaf), estudo idealizado pelo Instituto Paulo Montenegro, trouxe em 2018 alguns dados relacionando ao contexto digital. Segundo essa pesquisa, mesmo com suas dificuldades, os analfabetos funcionais são usuários frequentes das redes sociais. Entre eles, 86% usam WhatsApp, 72% são adeptos do Facebook e 31% têm conta no Instagram.

Em entrevista à BBC Brasil, a pesquisadora Ana Lima, responsável pela elaboração do indicador, comentou a avaliação que faz sobre o panorama: "Essas pessoas não vão tirar proveito das redes sociais para conseguir informações, garantir direitos, porque não conseguem discernir conteúdos. Teriam a mesma limitação com um jornal escrito, por exemplo; a diferença é que este elas não vão acessar."

Em face à um grande abismo civilizatório que limita pessoas tanto no oferecimento de informação pertinente como no uso consciente de ferramentas digitais, é necessário promover todos os esforços para criar hábitos intelectuais saudáveis e lançar a possibilidade de que as próximas gerações tenham a chance de emancipação ideológica.

Para tanto, a Fundação Comunidade da Graça realiza um trabalho constante com crianças, adolescentes e adultos visando inseri-los no universo da leitura de modo lúdico e sempre fomentando valores como a equidade entre as pessoas.

Apoie nossa causa e ajude-nos a levar educação e cultura adiante. Doe um livro ou acesse: fcg.org.br/doe

Texto escrito por Caio Sartori, 24 anos, Bacharel em Letras pela USP, professor de inglês e voluntário da FCG

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