Serviço Social no Brasil: uma profissão de luta

Serviço Social no Brasil: uma profissão de luta

Falar em Serviço Social na atualidade é, antes de tudo, partir da origem dessa profissão no Brasil, que se dá a partir das grandes mobilizações da classe operária nas duas primeiras décadas do século XX. O Serviço Social nem sempre foi reconhecido como uma profissão, no Brasil nas décadas de 20 e 30, a assistência social tinha caráter filantrópico, á técnica estava atrelada as doutrinas da Igreja, visava conter o crescimento da população e das maselas sociais causado pela eclosão da indústria no país. Durante as décadas de 40 e 50, o Serviço Social com a influência norte-americana, começa a desvincular-se da Igreja, porém permanece com um caráter conservador, mas com bases nos pensamentos positivistas e funcionalistas. A prática profissional nesse contexto baseia-se no ajustamento e na ajuda psicossocial. As décadas de 60 e 70 foram marcadas por alguns desdobramentos, com resquícios da era Getúlio Vargas, e a Ditadura Militar, fatos que contribuíram para um desdobro importante para a profissão, a ruptura total com o conservadorismo. O Serviço Social passa a ter um caráter técnico e científico. No ano de 1978, foi organizado um Congresso, conhecido como “Congresso da Virada”. Os profissionais se posicionam a favor de um projeto ético-político, voltado para a defesa da classe trabalhadora que vive em condições vulneráveis.

Nesse ano de 2018 o Serviço Social comemora 82 anos no Brasil, e continua em constante transformação, vivemos em um dos períodos mais difíceis da história. A falta de recursos nas instituições, à falta de incentivo do Estado para com a Política de Assistência Social, a falta de condições dignas, dificultam a prática profissional mais efetiva. Metodizar o fazer profissional, é um de suma importância para o trabalho do assistente social, pois o auxilia na identificação dos limites, desafios e possibilidades das demandas que lhe são colocadas a partir da dinâmica do ser social.

Nesse dia 15 de maio, quero parabenizar a todos os assistentes sociais, que resistem e lutam diariamente contra com o desmonte dos direitos sociais e contra os ataques á classe trabalhadora, precisamos remar contra a maré na luta pelo combate à desigualdade, e pela construção de uma sociedade igualitária. Não podemos esquecer-nos de reafirmar a importância da categoria profissional, e da gênese da profissão: os movimentos sociais em defesa da classe trabalhadora. Na luta de classe não há empate!

Escrito por:

Aline Salgado do Nascimento
Assistente Social – Fundação Comunidade da Graça
Atua no NPJ – Núcleo de Proteção Jurídico Social e Apoio Psicológico

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