Rede de apoio no Pós Diagnóstico do câncer

Rede de apoio no Pós Diagnóstico do câncer

Ao receber o diagnóstico do câncer, a reação difere muito entre os pacientes. Alguns, a princípio, ficam mais introspectivos, precisam ficar sozinhos por alguns instantes para assimilar a situação, e outros já partem para ação, definindo quais passos serão necessários. Não existe certo ou errado, apenas um jeito em lidar com a situação. No entanto, os dois perfis reconhecem a importância em serem acolhidos e cuidados pelas pessoas ao seu redor. O que vale ressaltar é que os familiares no primeiro momento também vivenciam essa confusão inicial, não sabendo como agir ou contribuir, o que se faz necessário é respeitar esse momento inicial de ambas as partes, para se organizarem, ficarem fortes e juntos passarem por esse desafio.

Quando falamos em rede apoio pós diagnóstico do câncer, nos referimos não apenas aos familiares, embora seja uma peça importantíssima, mas também a equipe médica e multidisciplinar qualificada, amigos, vizinhos e a própria vida espiritual do paciente. Outra fonte de apoio bastante usada são as redes sociais e blogs, como forma de trocar experiências, e ideias, além de alertar sobre prevenção. A conexão desses fatores pode gerar efeitos físico e emocional positivo nos pacientes, melhorando a qualidade de vida deles, aumentando a autoestima e diminuindo os sentimentos de medo e insegurança.

A rede de apoio precisa estar disposta para ouvir, mais do que falar, pois os pacientes muitas vezes precisam apenas compartilhar como se sentem, para depois agir em direção ao resultado que precisam. Ter clareza dos passos, saber que a equipe médica e multidisciplinar está aberta para tirar dúvidas, acolher angústias e sentimentos oscilantes, faz toda a diferença durante o tratamento. O medo é um fato e é praticamente inerente ao tratamento, porém, quanto mais apoio os pacientes encontram, mais eles aprendem a voltar para o seu eixo e resgatar a sua força. Não será todos os dias que eles estarão positivos, e está tudo bem, faz parte e precisamos acolher, afinal, uma vez que não olhamos para as emoções que estamos sentindo, fortalecemos elas de forma negativa, por isso é preciso senti-las, nomeá-las e dar um significado para elas. Então, o ouvir na essência, sem julgamento, ajuda nesse processo.

Os familiares também precisam estar atentos aos seus sentimentos e aceitá-los, afinal, como já falamos, eles também ficam abalados e precisam desabafar. A atenção aqui é para que tomem cuidado para não transferir sua dor para o paciente. Cabe, talvez, buscarem apoio em grupos que vivem o mesmo momento, ajuda psicológica, entre outras opções. No final a união de todos é o melhor apoio que o paciente precisa para enfrentar essa fase e para isso acontecer, de forma fluida e amorosa com todos os envolvidos, será necessário muito cuidado individual e coletivo.

Texto escrito por: Debora Arcaide Psicóloga e Coach de Saúde.

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