Ser ponte em mundo de muros

Ser ponte em mundo de muros

Vivemos em um mundo onde cada vez mais construímos muros para evitarmos lidar com o outro. E com o crescente uso da internet e das redes sociais, essa realidade se torna cada vez mais evidente.

Hoje, nossas relações são escolhidas por meio de interesses, afinidades, discursos e gostos similares. Se eu me identifico eu sigo e eu curto se eu não gosto, simplesmente, deleto e bloqueio. E isso promove as chamadas “bolhas sociais”, aqueles grupos de indivíduos que pensam e agem muito parecido.

Embora a tecnologia propicie mais conexões, essas conexões se tornam mais convenientes e baseadas em nosso individualismo e a tendência natural é nos tornarmos mais egoístas e isolados dentro de muros que nós mesmos construímos.

O texto: “Qual o impacto político da solidão que só aumenta pelo mundo” divulgado pelo Portal UOL em março de 2020 descreve o fenômeno de isolamento extremo chamado de hikikomori, que atinge principalmente jovens japoneses de 15 a 39 anos, que se afastam de todo contato social e passam meses e até anos sem pôr o pé fora de casa. Segundo dados do Governo Japonês de 2016 o país possui 541 mil reclusos. O texto ainda aborda um estudo junto a três universidades britânicas (Manchester, Exeter e Brunel) que contou com 55 mil participantes ao redor do mundo e apresentou que a solidão atinge 25% dos idosos com mais de 75 anos e 40% dos jovens até 24 anos.

A solidão e o individualismo propiciam o estabelecimento de uma sociedade cada vez mais fragmentada que tende a ser mais extremista e polarizada. Uma forma de enfrentar esse problema é debater as divergências com certo de grau de concessão entre as partes, além de praticar a empatia e a tolerância.  Dessa forma poderemos substituir paulatinamente o si pelo nós, e libertar os prisioneiros dos muros que eles próprios construíram.

E você? Está construindo mais pontes ou mais muros ao seu redor?
Texto escrito por Eliana Cerveira, 38 anos, Empreendedora em Conteúdo Digital e Voluntária da FCG.

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